Homenagem: tier 1

sábado, 6 de junho de 2009 às 23:36
Não sou um fã de frases feitas, portanto dizer-te que me deste a vida ou me fizeste nascer seria falar de menos.

Dizer que te amo e que sempre te vou amar é, obviamente, um pleonasmo porque é óbvio que sabes disso.

Há tanta coisa que nunca te disse e que me parece mais premente dizer-te agora que tudo parece tão confuso na minha vida.

Obrigado por seres como és mas também por me teres transformado no que sou hoje.

Quanto a ti, dizer-te que te amo é outro pleonasmo indiscutível. És o melhor homem que conheci até hoje e sei que quando partires vais fazer-me a maior falta do mundo.

Ensinaste-me a fazer tanto do que sei fazer hoje e isso é dizer tão pouco.

Obrigado por seres o melhor pai que existe.

Avós, são mães e pais duas vezes. Sempre soube o que é ter três, nunca o que é ter só dois. Fazes-me falta, sabes?

Obrigado pelo tempo que dispuseram a ensinar-me, a educar-me, a fazer-me melhor. Tu vais sempre ser a minha primeira perda, avó.

Queria tanto que partisses doutra forma.

Aos dois que ainda guardo, amo-os profundamente.

Homenageio-te a ti, que foste a primeira e a última no ser que eu uma vez fui. Transformaste-me de miúdo mimado a homem mais cruel e verdadeiro e, no entanto, fizeste-me parecer menos plausível de ser quem sou.

Embora tudo o que nós tenhamos tido, tenha redundado, quiçá, numa tremenda maldade, ainda recordo hoje os traços que me deixaste na pele.

E a ti, que foste provavelmente quem mais me aturou durante dois anos. Tu que conseguiste aguentar tanto da minha personalidade vingativa e nojenta e ainda assim sorrir-me e animar-te com essa tua alegria inexplicável. Safaste-me de tanta coisa, tu.

Por fim, no fim do meu primeiro capítulo, restas tu. Foste simultaneamente uma das melhores coisas que me aconteceu e uma das piores. Ainda temos que crescer, nós os dois, ambos. Temos de saber viver e compartilhar-mo-nos mutuamente. É óbvio que me recordo de ti nos dias bons. É óbvio também, que tudo o que guardo de ti é muito, muito mais que orgulho fosco.
De entre todas as pessoas que se chamam amigas, dotadas de amizade, foste a que me ensinou uma regra muito específica desse sentimento. É fácil amar alguém que aturamos e beijamos e dizemos coisas amorosas e sorrimos e abraçamos e pura e simplesmente convivemos diariamente do que alguém que demoramos tempo a ver. Fizeste-me compreender que o amor reside não na distância nem na proximidade, mas na cumplicidade que partilhamos.

Obrigado por teres sempre sido sincera comigo. Também guardo na minha pele os teus traços, mais recentes, talvez.

Existem homenagens tantas e a tantas pessoas de tantas formas quanto consigamos reconhecer. A título póstumo, quase todas. Nenhuma quando as merecemos.
Gosto de vós, adoro-vos e amo-vos, a todos, de formas específicas para cada um.
Tudo o que se diz sobre tudo é simplesmente metáfora idiota.
E viva viver.

1 Responses to Homenagem: tier 1

  1. Anônimo Says:

    Irás tornar-te num Homem como tantos outros. Infelizmente.

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