A juventude está perdida.
É um facto factual e esplendidamente brilhante que não podemos negar.
Mas hoje acordei com vontade de escrever de uma forma ligeiramente diferente.
Nunca temos um fim nas nossas acções. Isto é, é óbvio e claro que quando cometemos algo, seja o que for, temos uma intenção.
Mas, quase sempre, pelo meio, essa intenção é destruída pelos meios que utilizamos para atingirmos o nosso fim. E aí entram outros tipos de sensações: tristeza, arrependimento, desanimo.
O uso de advérbios de modo acaba por redundar em pleonasmos perdidos. Se disser, "sai, por um tempo" acabo por dizer o mesmo que "sai mas eventualmente regressa", em muito menos caracteres. E isso cria um problema de simplificação a todos nós.
Não pretendo que o que escrevo seja uma tese, mas é verdade que passamos tanto tempo perdido em exclamações inúteis que acabamos por perder o fio à meada e afastamo-nos do que é realmente importante.
Existem pessoas boas e más, embora o ser humano seja diferente por natureza. Não perfeito, mas pelo menos diferente ao ponto de se sentir realizado com coisas tão inúteis como sinais interdependentes.
Muitas vezes, ficamos tão vidrados na nossa insignificância virtual que nos esquecemos de tudo o que se passa à nossa volta.
Vivemos rodeados de energias inúteis e magias falhadas.
Um mundo de ilusão dentro de um mundo perfeito que está dentro de outro mundo, este povoado de corrupções aziagas que, por sua vez, se fecha nos enleios de outro, este em que vivemos, onde a bondade não abunda e a crueldade ganha espaço em cada segundo.
Quero chegar ao seguinte: em todos nós vive alguém melhor, alguém mais perfeito, algo menos iludente.
Em todos nós existe aquela criança amorosa que um dia correu alegre pelos parques sem saber que, em poucos anos (tão poucos anos...) iria ser confrontada com um futuro menos, tão menos risonho.
Em todos nós existe alguém mais feliz e alguém com segredos, uma obscuridade inútil perdida num obscurantismo irreal.
Em todos nós existe mais de nós, menos de nós e tanto de nós quanto quisermos.
Somos capazes de atingir tudo a que nos propusermos porque os impossíveis são barreiras criadas pela nossa mente.
Vivemos fechado num mundo.
Mas quantos mundos paralelos existirão?
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