Como vejo

sexta-feira, 15 de maio de 2009 às 00:11
Nada é diferente do que eu vejo.

Há malta que diz, ah e tal e tal e coiso, "és muito racional", "és muito emocional", "és um idiota chapado".
E eu concordo com as três, dizendo a verdade, porque tudo é verdade quando fazemos com que seja verdade.

Por exemplo, existe aquela coisa toda do universo só aceitar "sims" e não "nãos". E depois existe a espectacular coincidência de, entre todas as ferramentas maravilhosas à disposição dos animais que erram por esta terra fora, a mente humana ser de entre todas, não só a mais estupidamente versátil como a mais incoerentemente poderosa.

Assim, se eu quiser comer a "Maria" ou a "Odete" vou enviar para o Universo uma mensagem telepática: "Sim, quero comer a Maria". E o universo trata disso por mim. A parte ridiculamente espectacular nesta teoria feliz é que, mesmo que o Universo tenha a infeliz ideia de não considerar a minha mensagem - O que parecendo, e eu sei o que estão a pensar, absolutamente parvo, visto eu ser a obra-prima da criação e como tal o preferido lógico do senhor lá de cima, não peca por ser verdade, visto que eu de facto tenho um azar de uma figa com a porcaria da astrofísica.

Mas não nos alonguemos.

A questão aqui é que, como todas as minhas fantásticas teorias, tem um triste reverso - As teorias dos outros têm vários reversos e nenhum verso, thus, fazendo as minhas teorias geniais.

Existem milhares de "Marias" e de "Odetes", e 'tá bem que penso na cara de uma quando mando a mensagem, mas há "Marias" e "Odetes" quase iguais no mundo. Afinal de contas, o Universo é inifinito, logo existe um número infinito de coisas que lhe pedem coisas. E não sabemos até que ponto o Universo se restringe só a nós como seres vivos, o que acaba por criar um problema gigantesco de logística.

E se o Universo se engana e me envia uma "Maria" diferente? Estou perante um drama ético de proporções hercúleas!

Posso eventualmente tirar o melhor partido desse (in)feliz acaso do destino e fazer dessa "Maria" a minha "Maria" ou dessa "Odete" a minha "Odete".

O que sucede é que, mesmo depois desse (con)sequente acaso ser adendado da melhor forma, ocorre ainda outra situação: Pode parecer a minha "Maria" mas não é a minha "Maria".

E vou continuar a mandar mensagens e vão continuar a vir "Marias" enganadas.

Eu não sou de me fazer esquisito mas isso vai criar um monopólio de "Marias" na minha pessoa e privar os meus fiéis seguidores e eventuais críticos (embora o Universo nada queira com pessoas de tal vil safadeza) de tais prazeres. Algo que como bom Comunista - visto ser este o sistema do Eleito - rejeito e repudio profundamente.

Não é que tenha um prazer etéreo em partilhar tudo o que é meu, mas porra, há limites!

Preparo-me assim para o pior dia da minha vida.

Ab aeterno.

2 comentários

  1. Unknown Says:

    Correu bem o dia?




    *congrats*

  2. Indigo Says:

    Nah, excepcionalmente mal.

    Thanks for the comment dude

    *cheers*

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