Agonia

terça-feira, 19 de maio de 2009 às 11:22
Estendo a minha mão ao teu ventre liso
E atravesso-te.

És purpurina doce que esvoaça
Nos meandros particulares.

Estendo a minha mão à tua mão macia
E não te toco.

Por vezes, dou por mim a pensar
Se existirás mesmo.

Estendo a minha mão ao teu rosto ledo,
E tu afastas-te.

És objectiva,
Refractora do meu desejo.

Estendo a minha mão ao teu cabelo liso,
E só sinto ar.

Diafragma de sonhos
Que me filtra por um silêncio escuro.

Estendo a minha mão ao teu pescoço de cisne,
E ele não existe.

Agora sinto-me mal.
Quero-te a ti e não ao teu fantasma.

1 Responses to Agonia

  1. Unknown Says:

    With time the realization of the truth will stop to hurt so much, until that happens, I'll tell you this " unfornetly nothing last forever".

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